sexta-feira, 10 de abril de 2009

LILICA

Desde criança eu tinha medo de ter um bichinho de estimação porque imaginava que ele pudesse se machucar, que ia morrer se eu não cuidasse direito..... Aí ficava imaginando: se eu tiver que viajar quem vai cuidar dele, acho que vai ficar com sede, fome....
Pois é, aí apareceu a Lilica. Eu sempre dizia que não fui eu que peguei a Lilica pra criar, foi ela quem nos adotou. Primeiro vinha nos visitar, chegava de manhã, e voltava pra casa dela a tardinha. Depois que a Mônica, nossa filha casou, que Lilica foi para a casa dela, parece que a Lilica ficou mais próxima ainda. Até que ela ficou praticamente em definitivo. E era uma companheira. Quando eu acordava e abria a porta da cozinha, lá estava ela, abanando o rabo simpática. Quando chegava em casa, era só ouvir o barulho do carro que a carinha dela aparecia lá nos fundos nos olhando. E ela sabia ser simpática, ficava feliz e demonstrava isso. As caminhadas eram algo à parte. Era só a Lilica me ver de bermuda e tênis que ela rodopiava literalmente. Era muito engraçado ver a empolgação dela.
E as bolachas? Ah, como gostava de comer bolachinhas. Era só ouvir o crocante das bolachas Lilica já estava na porta. Pão com melado molhado no café: até essa mania ela pegou. Na hora que o pessoal aqui do escritório ia tomar café, Lilica entrava na fila também: já ficava do lado de fora na porta esperando a porção dela.
Pois é, na quinta-feira da semana passada Lilica foi atropelada..... hoje no começo da tarde ela deu seu último suspiro. Fizemos o que pudemos para que ela se recuperasse, mas não deu. Não teve jeito. Fizemos o que pudemos para salvá-la mas não teve jeito.
Ficaram as recordações, lembranças, a sensação de que Lilica vai aparecer na porta ou olhar do cantinho da casa quando a gente chega. Nunca pensei que ia sentir tanta falta dum animalzinho de estimação, mas Lilica deixou saudades.....